Oi gente! No passado,
eu li muito Shakespeare, principalmente a obra Romeu e Julieta que, de todas as
do autor, esta permanece como minha favorita. A forma como este construiu as
identidades e as vozes dos personagens, seja, talvez, o maior marco de grandiosidade.
Já li e assisti muitas releituras dessa história, no entanto, algumas não me
agradaram muito. Elas acabam que, por muitas vezes, retirando aspectos
sensíveis do livro. Dessa vez, aconteceu diferente. Fica aí a resenha de
Julieta, de Anne Fortier.
Neste livro conhecemos Julie Jacobs e sua gêmea, Janice. Elas nasceram em
Siena, na Itália, mas foram levadas, com três de idade, para os Estados Unidos,
devido a morte de seus pais em um acidente. Lá, elas são criadas pela tia avó
Rose, em Virgínia, onde vivem uma vida monótona. Vinte anos se passam e, Tia
Rose vem a falecer, mudando a vida de Julie para sempre. Sua irmã herda a casa
da tia e, Julie fica com quase nada. No entanto, Humberto o fiel mordomo da
família, entrega para ela uma carta reveladora deixada por sua tia. Nesta
carta, Julie recebe uma grandiosa revelação. Para começar, seus nomes
verdadeiros são Giulietta Tomolei (Julie) e Gianozza Tolomei (Janice). Segundo
a carta, elas são descendentes por parte de mãe da verdadeira Julieta que,
inspirou a famosa história de Shakespeare. E ainda, a carta diz que sua mãe descobriu
um tesouro de família, muito antigo e que pode colocá-la em perigo.
As
irmãs são muito diferentes uma da outra. Enquanto Julie se mostra mais humana,
vai para Colônias de férias, estuda Shakespeare, Janice curte a vida esbanjando
dinheiro - ela supostamente foi a única herdeira - e tendo inúmeros parceiros
casuais. Logo, Julie, mesmo acreditando que não encontrará nada, volta para
Siena atrás de pistas. Um dos motivos para isso, deve ser acerca de um sonho
que ela tem há anos. Nesse sonho, ela se vê correndo por um castelo antigo,
escutando sussurros demoníacos da obra de Shakespeare.
“Ao atravessar aqueles vastos aposentos, eu me
sentia como uma criança perdida na floresta e ficava frustrada por sentir a
presença de outras pessoas, sem que elas jamais se mostrassem a mim...podia ouvi-las
murmurando e esvoaçando...como fantasmas. No entanto, se eram mesmo seres
etéreos, ainda estavam tão aprisionados quanto eu, à procura de uma saída. Somente ao ler a
peça...descobri que aquilo que os demônios invisíveis sussurravam eram
fragmentos de Romeu e Julieta – não
como atores declamando os versos no palco, mas os resmungando com serena
intensidade, como um feitiço. Ou uma maldição.”
Quando Giulietta
chega a Siena, fica preocupada ao encontrar tudo o que sua mãe deixou para ela:
papéis velhos, um caderno velho, uma edição antiga e Romeu e Julieta e um
diário que pertenceu ao pintor Maestro Ambrogio. Ela percebe que sua caça por
respostas começa naquele instante.O
diário de Ambrogio é uma peça fundamental. Nele consta uma história trágica que
aconteceu há mais de 600 anos com um casal chamado Giulietta Tolomei e Romeo
Marescotti. Eles morreram devido a um grande ódio entre suas famílias, os
Tolomei e os Salimbeni. A partir disso, uma maldição segue entre essas duas
famílias.
Em
Siena, Julie conhece Eva Salimbene que se torna meio que sua amiga, levando-a
para conhecer lugares. É através de Eva que Julie conhece seu sobrinho
Alessandro Santini e, logo os dois ficam encantados fortemente um pelo outro. A
medida que Julie adentra cada vez mais na sua verdadeira história, mas sua vida
corre perigo. E o que mais estaria ela preste a descobrir, encontrar ou
confirmar?
Com
narrativa em primeira pessoa é que Julie vais nos contando toda sua história. Acredito
que o segredo para essa história ser magistral, está na escrita de Anee Fortier
que, traz uma certa delicadeza ao fazer descrições. Sua forma às vezes poética
com um toque de melancolia e temor dão ainda mais teor a narrativa. Por muitas
vezes parecia que, eu estava lendo uma história realmente verdadeira. Livro
completamente recomendável para quem gosta de um bom romance, além dessa
interface com uma suposta realidade perdida no passado que, tenha realmente inspirado
a obra Romeu e Julieta de Shakespeare.
Maurício Dias//
Li esse livro há alguns meses e goste tanto que não sabia o que escrever em uma resenha. Tive poucos problemas com a forma com que as coisas se desenvolveram e de modo geral, achei a história muito gostosa de ser acompanhada. Gostaria apenas que a autora tivesse nos mostrado mais coisas a respeito da irmã de Julie, já que ao final, ela passa quase despercebida.
ResponderExcluirBeijos,
Isabelle | http://www.mundodoslivros.com/